Sunday, July 29, 2007

Neve Never

tempestades de neve congelando seu nome
cada vez mais soterrando...
e a distância vou deixando aumentar
cada vez mais vou esquecendo...
tentando fingir, não vou mais amar...

em cada trilha e carreira diferente
as batidas cada vez mais frequentes
mais agitadas e inconstantes
em cada trilha e carreira diferente
mais tiros e perigos constantes
em cada linha me sinto diferente

e seu nome que é dois
e eu e você que somos dois
eu e você que um dia eu quis um
um dia até que eu perdi você sim
e sim, sozinha, sozinha assim
eu sem você e com você assim
do mesmo jeito de um jeito diferente
e eu tendo que viver, fingir assim...
sem aquilo, sem mais daquilo enfim...

vejo seus dedos entre a neve
outros dedos que seguram sua mão
que um dia segurou a minha
que um dia segurou a minha...

vejo meus olhos um tanto insanos
outros olhos que vêem tudo estranho
que um dia viram os seus tão perto
que um dia viram os seus tão perto...

tempestades de neve congelam meu coração
e eu não sei se posso mais amar
e eu não sei se devo ou quero continuar
neve, neve, never...
neve...

Saturday, July 07, 2007

Testamento

Tudo girou pro lado errado...
O controle foi perdido,
O intelecto prejudicado.
O coração é mentiroso,
Não passa de fraude
Barata e covarde,
Um artista, um medroso.


Não se esqueçam:
Não haverá choro,
Não haverá vela.
Não quero nada,
Não quero coro,
Apenas amigos,
Também desafetos,
Colegas queridos,
Seres abjetos
E pessoas apagadas
Pela minha maldade
E vontade de ser superior
Será que não amei o suficiente?
Ou foi tudo excesso de amor?
Seja como for, já foi...
É passado, ultrapassado.
Foi tudo tão errado...
E certo ao mesmo tempo.
Equivocado, sensato
E sem sentido, exato.


Dói ouvir
Que tudo o que você quer
Não vem de mim...
Doeu seguir
Errôneas pistas,
Enganações implícitas,
Camufladas, maquinadas
E concessões ilícitas.
Você permitiu minha perdição,
Iludiu com suas falas
E impecável atuação.


Eu acreditei...
E num toque
Eu entreguei o improvável,
Desejei o inalcançável,
O que não estava lá,
Que nunca esteve,
Nem nunca estará...
Pra terminar, por favor,
Minhas cinzas, ao mar.