Friday, February 25, 2005

Resposta ao Zangão

RESPOSTA AO COMMENT de Zangão: Queria aproveitar o momento e também responder a um comment que foi feito no post anterior. O rapaz (de Portugal), que tem um blog muito interessante até -isto é, pra quem curte política - falou que essa coisa de gostar de sangue, vampiros, noite é coisa de criança, uma modinha passageira. Olha, meu querido português, isso não é moda pra mim não, muito antes da galerinha resolver virar "gótica" - não gosto de rótulos, mas... - muito antes disso eu já gostava de sangue e eu gosto MESMO! Da noite nem se fala! Se eu pudesse sair apenas à noite seria ótimo. Quanto aos vampiros, eles existem, viu? Olhe pro lado e veja seus "amigos" e até parentes, que às vezes sugam a sua energia vital, paciência e seu tempo. Vampiro não é só aquele que suga sangue não, meu caro, é também aquele que tenta alimentar o seu próprio preconceito e tornar-se cada vez mais "superior". Amigo, deixe as pessoas com seus gostos e preferências, não tente mudá-las, ou fazer apelos para que "deixem-se destas depressões que a vida é curta há que a gozar ao máximo, e nem só de noite vivem as gentes...." Isso é muito bonito, concordo (e talvez servisse pra outra pessoa, não Immortal X), mas o que sua visão distorcida não o deixou ver é que, pode-se sim gostar dessas coisas e gozar a vida ao máximo. Abra sua cabeça. Aqui no Immortal Pain não faço gênero, meu querido. Tudo o que tem aqui eu gosto e tem a ver comigo, é um fato. Além do mais, deve haver pessoas também que achem as coisas que você gosta "coisa de doido", como você citou. E finalmente, A Internet é um espaço livre, eu escrevo - e graças aos deuses! - gosto do que eu quiser. Assim como você também é livre pra comentar as suas "verdades" na blogosfera, por isso, não me importarei se você por acaso, voltar a engasgar-se com seus "preconceitos" aqui no Immortal Pain.

Wednesday, February 23, 2005

Apenas Mais Uma

Como pode doer tanto?
Como pode ser tão difícil?
Eu quero sair de mim...
Viver em outro corpo
Eu quero um outro coração
Isso seria suficiente?
Resolveria ser diferente?
Talvez eu devesse trocar de alma
Pois sem ti esta que eu tenho nunca servirá...
Ela sempre vai te procurar
Sempre,
Sempre vai te amar...
Mas não custa tentar.
Outros olhos? Não, não
Eles continuariam a te seguir .
Cegos... sim! Cegos olhos:
Não ver, não amar.
Só que agora é tarde
Minha alma -sempre ela-
Decorou teu rosto
E o teu gosto
Ah...que sentimento tosco
Que sufoco louco...
Quero amar menos
Quero amar pouco, só um pouco...
Mas isso não existe
Existe apenas a tua falta
E aprendi, enfim,
O amor salva, sim.
A dor... O amor...
O amor.

Immortal X em 24/11/03
00:29

Friday, February 18, 2005

O Seu Carinho

O SEU CARINHO
Eu vou fingindo.
Eu vou fugindo
Drogas, droga...
Você me faz falta!!
Você que nunca mentiu.
Você que nunca existiu.
Que droga, drogas.
Você que eu amei,
Por quem eu me deixei
Levar,
Guiar,
Que droga...
Aonde cheguei
Não havia nada,
Apenas uma estrada,
Apenas uma ida
Ou uma volta
Ao ponto de partida.
Então voltei, deixando esperanças
E sonhos largados pelo caminho,
Apenas guardando na lembrança
Aquele seu incerto carinho.
Immortal X em 01/05/03

Tuesday, February 15, 2005

A Viagem

A viagem (por Immortal X)

Ela está em um ônibus. Passam ruas, árvores, casas e apartamentos, assim como carros velhos, novos, velozes e também mortais... É... mortais, como aquele que invadiu a casa, sem pedir licença, e levou as crianças pra longe, muito longe...

O balanço do ônibus é hipnotizante, leva os sentidos, traz o sono. Ele vai na noite, pelas ruas desertas... Assim como o seu coração.

Ela está sentada no último banco do ônibus quase vazio e pode observar tudo o que acontece. É um daqueles modelos novos em que os bancos são laterais, fazendo com que as pessoas fiquem de frente umas com as outras, causando um certo constrangimento. Estão todos calados, olhando para baixo, para os lados, como que temendo um contato direto, olho no olho. O único som que se ouve é o ruído do motor.

São sete os passageiros sem contar o motorista e o cobrador. Três pessoas dormem, com suas cabeças encostadas no vidro da janela; um casal de velhos, ele com o olhar perdido em algum ponto do espaço, e ela chorando silenciosamente, as lágrimas escorrendo pela face; um jovem de fisionomia oriental que parece perdido em meio as suas apostilas de química, física e matemática; e ela, um tanto sonolenta, mas obrigando-se a ficar desperta, pois tem medo de passar do ponto. Este é o último ônibus e a idéia de andar pelas ruas escuras e desertas não a atrai.

De repente, algo inesperado a faz perder totalmente o sono. Seu coração pára por um instante... Estremece. A passageira que acaba de entrar no ônibus... Ela é... como um espelho vivo. As duas são iguais! Como irmãs gêmeas, não... mais do que isso, o ser que acaba de entrar é uma cópia perfeita dela.
Estarrecida, ela olha ao redor, tentando compartilhar seu espanto, mas as pessoas não parecem ver nada além de seus narizes e suas dores.

É com muito custo que ela cria coragem para olhar para lá de novo. E quando o faz, o ser está a observá-la, sorrindo. Uma sensação de irrealidade toma conta dela, tudo parece se transformar em uma atmosfera de sonho.

O ser se aproxima e senta ao seu lado. Começam a conversar, como se fossem velhas amigas. Ela não pergunta o seu nome... Algo diz que não é preciso, assim como o ser não pergunta o dela.
As palavras fluem, num ritmo intenso, livre e ela perde a noção do tempo. Quando dá por si, o ônibus está a passar por um lugar desconhecido. Ela deveria ter descido a uns três pontos atrás. Olha no relógio: meia noite. Já passou do horário de estar em casa, mas o fato parece não ter importância agora.

Há um entrosamento perfeito entre elas. Ela fala de coisas que sempre moraram em seu coração, mas que nunca tiveram força de se transformar em palavras. Sente-se confiante e à vontade com aquele ser, como se fosse a amiga que sempre sonhara ter, alguém a quem pudesse contar tudo... Uma expansão do seu eu.

Ela diz que vai descer no ponto final e pegar um táxi pra casa, e neste instante percebe um olhar de desaprovação.
Fica na dúvida... Será que deve mesmo fazer isso?
Pensa, pensa tanto que a idéia de ir pra casa lhe parece absurda agora, e imagina se algum dia teve uma realmente. Mas isso não parece importar agora... A palavra casa parece ter perdido o significado.

Olha pela janela, a paisagem é totalmente estranha.
O tempo passa, e ela continua a falar e a falar até as palavras, todas, perderem o sentido.
O dia amanhece. No ônibus apenas as duas, o motorista e o cobrador.
Ela se pergunta se existe um ponto final.
"Será que não seria melhor descer?" pergunta ao ser, mas não recebe resposta. Ela pensa: "Ah..ela dormiu durante o meu falatório interminável". Gentilmente ela tenta acordá-la, mas não consegue. Um pouco assustada começa a sacudi-la levemente, em vão... Seu desespero vai crescendo, crescendo e quanto dá por si, está sacudindo-a freneticamente.

Ela pára subitamente, e tem medo de pensar no óbvio. Tenta sentir a respiração, e nada.
Está morta...
É indescritível a tristeza que a invade. Ela chora, chora muito. Como se chorasse sua própria morte. Chora até as lágrimas perderem o sentido.
Perde a noção do tempo. Quanto se passou? Um dia?
Percebe, de repente, que está só no ônibus. O corpo, o motorista e o cobrador sumiram, sem que ela notasse. O ônibus anda sozinho, numa velocidade constante, por uma estrada estranha, desolada.
Olhando com atenção, ela pode ver que nas pedras que compõem a paisagem, existem pessoas sentadas. Mas ela não consegue ver os seus olhos, nem nada. Ela não consegue ver os seus rostos.
São pessoas sem identidade.
O ônibus então pára bruscamente. Antes de descer ela olha no espelho retrovisor pra dar uma arrumada no cabelo. E então ela vê...
Seu rosto não está mais lá.
Ela está igual aos outros, sem expressão e fria.
E este fato não a deixa chocada.
O passado e o futuro passam a ser o momento presente. Se antes existiu algo, alguém, ou algum sentimento, ela não sabe.
Quando vê, está sentada numa pedra, igual a todo mundo.
Não questiona o porquê. Afinal, agora nada mais importa...

Saturday, February 12, 2005

E Ele Não Viu...

É tarde, muito tarde. E agora, o que fazer?
O desespero começa a tomar conta. Quase 18:00 horas!!
O trem vai sair daqui a uma hora. Procura daqui, procura dali... E nada!
É inacreditável, estava ali em cima da mesa a dois minutos atrás... Inexplicável.
18:30 horas.
Algo muito estranho começa a acontecer em sua mente. A fisionomia antes calma, transforma-se num misto de esperança e sentimento de tragédia iminente.
Relaxe, relaxe. É preciso calma. Respire fundo...
Isso! Agora vá, procure o que talvez seja a coisa mais importante de sua vida. O que não poderá deixar de levar na viagem.
Daqui a pouco sai o último trem para o único lugar onde o cogumelo atômico não chegou. Senão pegá-lo a tempo, morte e destruição, e o pior de tudo: solidão, serão suas eternas companheiras à espera do fim...
Mas ainda resta uma esperança! Procure!
19:00 horas. É tarde, muito tarde...
Aquele homem ouve o apito de um trem, cada vez mais longe...
O derradeiro trem, que lhe tiraria de todo aquele horror. Mas ele se foi... A esperança se foi...
Caminhando pela cidade em ruínas, na chuva negra e ácida, andando por entre os corpos queimados, lojas semidestruídas, ele se vê frente a frente com algo muito mais assustador do que a realidade: Um espelho.
Um grito rouco e louco ecoa no caos.
Naquele espelho ele descobriu o que procurava com tanta angústia e desespero.
Estava ali o tempo todo... Em frente aos seus olhos, e ele não viu.
Ele não viu... Os seus óculos.

Tuesday, February 08, 2005

Amor e Fogo

A memória dos nossos momentos
pra sempre vai ficar,
foi gravada no fogo,
teu nome em brasa queima,
arde minha pele,
aprendendo a ser eterno
como o vento, como o tempo,
causando deliciosa febre,
derretendo minhas defesas,
iluminando meu futuro
e no escuro, acesas,
letras soletram nosso amor,
mostrando tua figura nua
a me chamar e desejar
Ah... que dor...
Como posso me conter?
Como posso não ser tua?
Gravada em minha pele,
tua imagem tão vívida
aquece, queima, enlouquece,
faz-me de tão quente, líquida,
e assim, deslizo, queimando,
sobre o teu corpo, tentando,
querendo misturar, querendo,
de ti fazer parte,
e cessar a minha dor,
aplacando a tua sede,
sem medo, sem pudor,
saciando-te
até a última gota de amor.

Saturday, February 05, 2005

Animação

Vejam quanta cerveja, peitos e bundas bonitas!
Vejam os pobres favelados enfeitados na avenida!
É o pandeiro, é o carro alegórico, é o navio negreiro.
É o fio dental, é o nu frontal, é a afronta geral.
É carnaval!

Vejam os traficantes em festa.
Os turistas em festas caras,
Os caras das festas raras,
Os camarotes, as revistas,
As revistas nos pobres,
Os pobres vigaristas
E as passistas de porre.
É o mestre-sala passando, é a bateria atravessando,
É o menino atirando... e matando.
Viva! Viva! É carnaval! É alegria!
É tanta gente no sambódromo.
É tanta gente no bobódromo da vida.
Viva! Viva! É a baiana rodando.
É o crack e o menino fumando.
É a moça e o homem estuprando.
Viva Viva! É suor, é Rio, é calor.
Lá também tem, em Salvador.
Tem mais tem, tem acarajé tem.
Tem a bicha louca tem.
Tem axé, também tem.
Tem o negro com fé tem.
Tem o índio de boné tem.
E tem criança sem boné e sem fé.
Tem camisinha tem?
Tem a Ritinha, a Cidinha,
A Marininha furacão.
Tem o cão, a Patricinha,
A Cristina e a cafetina.
Tudo gente boa, gente linda
Gente legal
Anima aí gente,
É Carnaval!

Thursday, February 03, 2005

VERDADE...!?

Quero que a superficialidade
Atinja-me como raio,
Trave minha mente
Restrinja a sensibilidade
Das minhas emoções.
Não quero + sentir
Não quero +
A profundidade
Da qual sou feita.
Dói, dói demais
A saudade
A angústia,
O caos de te amar.
Só, no olho do furacão,
Tendo a amizade
Mas querendo além.
E além do teu limite,
Da tua possibilidade,
Encontro o sabor
Da solidão,
As garras do desespero
Que tiram minha sanidade.
Contemplo tua foto,
Recordo tua voz
Tuas insinuações
Tua hospitalidade
Eu sei que tu sabes
Por que te calas
Ante minha ansiedade?
Teu abraço,
Teu toque,
Tua sensualidade...
Apaixonei-me
Por tudo em ti,
Teu jeito louco,
Tua intelectualidade...
Estou perdida
Tentando me encaixar
Na tua realidade,
Perdida tentando achar
A minha verdade.

Tuesday, February 01, 2005

Focu Ephémeros

O tempo passou
As labaredas trépidas
Rapidamente se extinguiram
E as cinzas gélidas
Tomaram o lugar.

A força do vento
Foi mais forte
Que o sentimento.

Eu encontrei meu ar,
Mas a serpente
Havia me enganado.
Nada além de miragens
Sob um calor fugaz,
A ilusão e a dor.
Queimei meu coração.
Ah! Cicatrizes de amor.

Perda

O que falta para ser normal?
Que falta para atingir o alvo?
Tantos passos em falso
Pagamos o bem com o mal.
Já não sei o que perdi
Ou se ganhei, esqueci.
Fico esperando
Aqui, sonhando.
O momento não vem
Ou já passou, será?
Tudo parece ilusão
E agora o que virá?
Ou já veio, então?
Nossa vida mudou
A esperança morreu
Ninguém lutou
Perdemos o mundo
E ninguém percebeu.