Tuesday, September 20, 2005

A Outra Parte

Pedacinhos de amor,
Carinhos reencontrados
Partes divididas, reunidas.
Caminhos e espaços.
E eu viajo nesse coração.
Nas suas batidas,
Na minha decisão.

Amor...
Eu viajo nesses olhos,
Nesse brilho,
Nessas estrelas...
Tão minhas
Pedacinhos... de mim.
Nesses dias de lua e de sol,
Nessas tradições sem fim,
Eu viajei e busquei.
Assim fui, em noites escuras.
Esbarrando em pessoas
Sem prestar atenção,
Sem noção,
Sem hora,
Senhora de mim.
Mas hoje você foi meus olhos
E eu vi a luz,
Com suas mãos o céu toquei
E antes cedo do que tarde,
Desafiei covardemente o medo
E você encontrou sua outra parte.
ImmX, Ago 05

Tuesday, August 30, 2005

Então

É...
E então...
Você e eu...
A situação não nos favorece
Não sou dona do meu coração
Não sou dona do seu coração
Se fosse não existiria mais o amor
O seu amor
O seu amor...
O meu amor...
Não existiriam lágrimas
Não haveria confusão
É...
E então...
Você e eu...
A situação...
Se eu fosse...
Não existiria a dor
A sua dor
O meu amor
Mas...
Então...
Você e eu
Você e eu...
Você... e eu...
Não.

ImmX, dia 25 ou 26 de agosto, não lembro...

Tuesday, August 23, 2005

Em Qual Rua?

Marcas de punhos na parede
Na testa, galos
Nervoso
Marcas de lábios na mão
Na testa, beijos
Nervoso
O gesto delicado
Os desesperos
Sim, sim
As vontades
As realidades
Nãos, Nãos
As marcas, as cicatrizes
As horas felizes
Deslizes de mãos
Felizes
Cicatrizes...
"Não consigo tirar meus olhos de você"
Os olhos da boca
As mãos do rosto
Belezas
Sorrisos
Tristezas
Não consigo...
Não comigo
Não contigo
Não consigo

"Eu só quero saber em qual rua minha vida vai encostar na tua"
"Immortal X" em 20.08.05

Tuesday, August 16, 2005

Borboletas

Borboletas
O passado morto
E no presente...
Borboletas
Em momentos rebobinados sem cessar,
Em olhares de tantas palavras escondidas
Tantas lágrimas de lembranças confundidas.
O futuro não assusta,
É o medo maior do agora que se estende,
Que se afunda
Nas vozes de sonhos,
Nas manhãs de nós, de brigas,
De cheiros e toques de vida.
Borboletas.
Em beijos outros toques de mãos,
Olhares,
Confusão.
Borboletas.
E o que sobrou de tudo?
Um nada infinito, finito?
Borboletas...
Nascidas no inverno de amar,
Procurando volta num inferno de tentar...
Borboletas em caminhos errados...
E na hora errada
A pessoa certa
Perfeita...
Na hora errada...
Errada...
Em lágrimas, vou destruindo todas,
Cortando suas asas...
Deixando-as indefesas.
...nossas emoções
...nossa sorte torta
...fora de hora...?
...nossas borboletas, amor...
Mortas, mortas...
ImmX

Tuesday, August 09, 2005

Mais


Mais
Muito mais do que minutos
Do que rápidos beijos
Do que toques, sobrancelhas
E olhares
Do que cheiros, desejos e arrepios
Mais, muito mais do que suspiros
Do que olhos úmidos
Do que sopros, do que línguas
E lábios
Eles continuam o que não deveriam ter começado
Ele a esconde no espaço das cordas do violão
Ela desempenha seu papel de musa imortal
Ele a quer demais
"e se ele, de repente..."
Quando se gosta...
E se sente
Quando é forte
Quando é quente
Quando arde...
Se quer mais, mais
E agora é tarde,
Ela quer,
Demais.
ImmX

Tuesday, August 02, 2005

Mais Uma Vez

Mais uma vez

Ela olha do lado...
Só, mais uma vez,
Mais uma noite...
Pensamentos incoerentes,
Vontades diferentes.
Mais uma vez,
Mais uma noite...
O telefone e agenda.
Uma voz que seduz.
Algo novo, algo velho,
A oportunidade, a luz.
Mais uma vez,
Mais uma noite...
O velho estranho desejo.
O novo e incauto ensejo.
A dúvida, o sim e o não.
Mais uma vez,
Mais uma noite...
Confusão.
Immortal X em 31/07/05

Wednesday, July 27, 2005

Poetar

Poetar

Olhares alheios,
Mãos e dedos...
Desejos de bocas,
De vodkas e beijos.

Poetar é escrever conexões.

Carinhos de papel,
Frases de plástico.
Toques de sabão,
Afetos elásticos.

É tirar retratos,
Raios X da alma,
Do que se ama,
Do que faz falta.

É traduzir sons mudos
E inércias em movimento.
Criando do incerto,
Óbvios sentimentos.

Poetar é enxergar o belo em cada gota de sangue.
Auscultar medos crônicos e anacrônicos
Enfaixando perguntas expostas sem respostas.

É...
Na histeria das dores do mundo,
Poetar é curar.
ImmX, 21.07.05

Wednesday, July 20, 2005

Fuga

FUGA
E então você acordou.
É estranho...
A lógica parece diferente, mas eles não.
-Os sentimentos abafados-
Você olha ao redor.
Tudo é dolorosamente familiar...
Vê suas ânsias oníricas abocanhadas -e mais uma vez- a verdade é cuspida:
Ao seu redor existe tudo, menos o desejo de estar.
-Pecados e escravos-
Você fecha os olhos num suspiro .
Dói demais...
Ver sonhos construídos, novamente arruinados por elas.
-As oportunidades paralíticas e as saudades órfãs-
Você tenta relevar e levantar.
Sobreviver...
Como se fosse possível esquecer aquele sonho...
Como se fosse possível terminar aquela estória sem começo...
É possível esquecer a paralisia daquelas mãos?
Fatos entalhados.
Perguntas encalhadas.
No solo da consciência ficou a vontade enterrada.
Num beijo proibido, a verdade do que nunca aconteceu.
Você não tentou. Você fingiu não entender o óbvio.
E agora, quais as opções?
Esquecer ou tornar a sonhar?
Levantar e encarar os frutos rotos daquelas sementes acanhadas?
Não, hoje não. Talvez amanhã.
Você fecha os olhos.
Talvez os sonhos voltem.
Quem sabe as coisas não mudam?
Quem sabe ela ainda...?
Quem sabe...
E então, você dormiu.
Immortal X, 19.07.05

Friday, July 15, 2005

Anoitecer

ANOITECER

O anoitecer que cai

É um renascer que trai

Parece a vã salvação
Doce fuga
Numa rota só de ida

Parece a sã redenção
Só que podre, fajuta
Uma derrota definida

O anoitecer que trai
É um fenecer, um ai

O torpor que é mentira
Porca e imunda
Desgasta, devassa...

O amor que inspira
Enforca e afunda
Degrada, desgraça...

O anoitecer
É ator e pai
No meu perecer
No meu calor
Que se esvai
Na minha dor
Minha dor...
ImmX, 13/05/03 às 15:00 h

Wednesday, June 15, 2005

Sem Nome 2

...
E então recomeça o ciclo. Um pouco aqui. Um pouco ali. Noites sem dormir. Momentos sem sorrir... A falta toma conta. A inércia parece normal. Uma insônia infernal. Quando foi que o "inofensivo" tornou-se mortal? Mas isso não é presente. Não te preocupes. Não te desesperes. Quando estás ausente, existe sim, o perigo sempre real e constante. Mas ao teu lado ele está contente, será o suficiente? Parece um recomeçar constante, um fim (de novo...) decadente. Um bem estar inconsciente.
Chega destes "entes", destas rimas exaustivas e freqüentes...
Existe um passado que parece sempre inacabado. Que sempre o força a tentar o impensado, a ferir seu ser amado. Ele, sim, ele... e o pecado. Não... Não é pecado. É um ato impensado. Condensado... Ah! Chega de "ados" e fados e fardos! Falarei a verdade: ele não está mais contente. Ele não vai mais recomeçar nada. Ele não vai... voltar. Não foi o suficiente, a ausência foi muito grande, o vazio ganhou. O vazio o levou. Sua lápide, é o que restou.
ImmX

Wednesday, June 08, 2005

Ser e Não Ser (Poesia Conjunta)

Ser e Não Ser

Ando nos limites da insegurança
Vago, perdida em revelações
Tentando ser e não ser, confusões...
Mistérios de um coração criança.

Vôo no infinito da imaginação,
O coração soluça,
Tentando ser e não ser, debruça
Sobre erros de contradição.

Tropeço em meias palavras,
Esquecendo a frase certa,
Tentando ser e não ser, deserta,
E esquecer, incerta, a quem tu amavas.

Entristeço-me
Pensando ao contrário de mim
Tentando ser e não ser
Sendo, por fim, o que não sou.
Por ImmX e Naná
em um momento de poesia conjunta em algum lugar no túnel do tempo!
(Modifiquei umas coisas, Naná, mas a essência está aí! Bjo)

Wednesday, June 01, 2005

Inhaerente (Monstro)

Existe um monstro ali.
Escondido em cada passo em falso, em cada gesto inconseqüente, em cada momento de desespero mal disfarçado...
A vítima o abriga e nem se dá conta do fato. Oferecendo calor nas noites frias e brancas, nas noites vermelhas e sorridentes, nas noites quentes e desidratadas, nas noites lentas e anestesiadas, ela o alimenta.
Existe um monstro ali.
Ninguém percebe seu olhar furioso, seu olhar guloso, seu olhar depressivo, seu olhar suicida...
Alimentando-se da dor e da sedutora auto destruição, ele cresce.
Ele cresce.
Seus irmãos Sono e Morte o ajudam silenciosamente, com subterfúgios, facilidades e regalias.
O fechar de olhos momentâneo e inofensivo, o gás que impregna e intoxica, o sono falso que nunca é desperto. A garagem, a cozinha, o banheiro... As lâminas, o aço, o ferro, o frasco de comprimidos. A água, o álcool, o fogo, a brasa, as cinzas...
Facilidades...
Amizades...
Existe um monstro ali.
Sim, sim.... Faz um tempo que eu percebi.
E eu o alimento. Eu o acaricio.
Não tenho vergonha, nem peço ajuda.
Espero o dia da mordida, o dia da fuga.
Espero ansiosa, espero sem medo...
Existe um monstro ali no espelho.
ImmX em 01/06/05

Wednesday, May 25, 2005

Sem Nome

Quando as emoções invadem,
Ela não encontra razão,
Tudo parece intenso, intensa ilusão.
Ela e os outros...
Os outros, os estranhos,
As estranhas sensações
E as caras e abusadas,
Perigosas intenções.

Num êxtase ilusório,
De pulsação excessiva,
Num gesto contraditório,
Ela abre assim a ferida
Que aumenta lívida,
E da noite se alimenta,
Mas nada preenche
E nem acalenta...
A dor rasga, se alastra.
Que nem serpente
Numa selva de vermelhos,
Que nem rachadura
Num falso espelho.
A dor afaga, com a candura
De uma verdadeira paixão,
Perdida numa vida
Inteira de solidão.
ImmX

Saturday, May 21, 2005

Ouvindo 4 Non Blondes

Ouvindo 4 Non Blondes
O universo pára,
A música penetra
E não,
Nada é como antes,
A não ser a essência dessa inocência
E dessa criança a esperança
De tantos amores corroídos
Num ácido sem sentimento,
E de mil beijos diluídos
Em vãos passatempos.

E ela quer sumir desta cidade
Em fuga de cinema,
Deixar sua fragilidade
Em brechas do esquema.

Ouvindo 4 Non Blondes
Ela quer cantar o ego,
Abrindo o lacre das emoções,
Emergindo das imperfeições
Largando o medo...
E gritar aos quatro ventos
Que tudo vai acontecer,
Alimentando os rebentos
De um ideal que acabou
de nascer.

Ouvindo 4 Non Blondes
Procura a vã absolvição
Na música que equilibra
Santifica...
Transformando o sim e o não.
Nesses sons de viver
Ela busca a ternura, a tentação.
Ouvindo 4 Non Blondes
Eu ainda penso em você...
Por ImmX

Monday, May 16, 2005

Immortale

10 anos se passaram. 10 anos em que não visitava o bairro que morei por 7 anos. 7 anos que foram primordiais na minha vida. Sentimentos que afloraram aí tiveram profundo impacto na minha personalidade, caráter e libido... Tantas experiências... Primeiros beijos, amizades marcantes, sentimentos conflitantes, amores platônicos, dores adolescentes e poesias, poesias, poesias...
Ao regressar, depois de tanto tempo, memórias escondidas em cada canto, cada rua, tomaram forma e por instantes infinitos e inesperados dançaram a minha volta, arrebatando meu coração e atirando-me numa viagem temporal.
As noites boêmias, os natais de presentes surpreendentes, os fins de semanas fugidos, as férias gozadas ao máximo e o gosto inigualável de um beijo muito esperado...
O condomínio, as escadarias, apartamentos, festas, excursões... É muita coisa pra recordar. É muita coisa pra comparar. O presente está mudado, mas a essência não pode ser dissipada. O que foi não voltará jamais, mas também não poderá ser apagado. Noites de champanhe, programas de índio, vôlei na rua, descobertas, poetisas e a lua... Sentimentos, esperanças, medos, sonhos, adolescência, amigos, amigos, amigas... Fiz uma viagem no tempo e nela encontrei o que fui e o que sou. Nessa máquina do tempo entrei e dela saí mais gente, mais forte, mais confiante.
Beijos Naná, Jack, Renata, Joel... Nossas vidas mudaram, novas perspectivas apareceram, novos rumos foram tomados, e em meio a isso tudo, conseguimos manter nossa essência, nosso amor, nossos vínculos sinceros.

Friday, May 13, 2005

Ex- Amor Eterno

EX-AMOR ETERNO
Já viram lágrimas em meu rosto
Pequenas amostras de emoção
Viram meu interior exposto
E meu ego disposto a ser menos roto
Menos torto...
Morto.
Isso é pretérito, falecido, sepultado.
Só pra ser diferente
Escreverei o inverso, o esquecido e mutado
Agora chega o inverno
Meu frio
Meu vazio
O calafrio do ex-amor eterno.
ImmX

Tuesday, May 10, 2005

Crime de Viver

Crime de Viver

Quebramos regras
Invadindo nosso próprio espaço.
Ultrapassando o limite do sentimento
Matamos o tédio
E roubamos sorrisos.
Ao furtar olhares secretos
Fomos cúmplices,
Fomos espiãs.
Em nossas fugas alucinadas,
Quando boçais falsos nos perseguiam,
Encontramos refúgio da tempestade,
Entre raios e pedras,
Na nossa sincera amizade.
Não temo o veredicto final
Sei que inocentados serão
Os verdadeiros e os que não esquecem.
Nosso passado não foi vão
Pioneiros, os nossos passos permanecem,
São fósseis revelando uma vida,
Que embora há longo tempo vivida,
Jamais deixará apagar o sorriso,
Jamais deixará encobrir a certeza,
Muito menos a ternura do nosso ser.
Amigas uma vez, amigas para sempre,
Eternamente presas pelo crime de viver.

ImmX em 09/05/05

Friday, May 06, 2005

O Equilibrista

O equilibrista


Cansou.
Ao olhar pra baixo, num misto de vaidade e ódio, vê aquele séquito de invejosos.
Aquela multidão de hienas aguardando a carniça.
Fecha os olhos e sente leve tontura.
Alguns pensamentos obscuros percorrem sua mente.
Embora sinta-se tentado, ainda não quer se deixar levar pelo peso daquele sucesso. Não, não...
Um vento frio bate, chicoteia.
O leve balanço da corda vai tornando a mente preguiçosa...
Divagações lentas, memórias vindo à tona...
Lembranças de mágoas e lágrimas. Dores cansadas... Amores perdidos no vento...
É... Talvez seja a hora... Afinal, de que servirá a glória de um ato falho?
De que servirá o louro de uma vitória solitária?
É. Acabou-se aquela milagrosa sensação de bem estar.
É. Cansou de equilibrar-se.
Olha pra cima e vê aqueles sonhos tão bem desenhados em nuvens passageiras.
Relembra algo distante e sente um aperto na garganta.
Fecha os olhos. A tontura volta novamente, mas desta vez não a impede, deixa-se levar naquele vôo finito.
Por um instante há apenas o silêncio, rapidamente interrompido pelo baque e em seguida pelas gargalhadas animais...
O lento vermelho vai escorrendo e tingindo a superfície até então imaculada. Nos rostos, uma expressão de alívio e puro prazer. O show acabou. Agora tudo volta à mesmice. Não há mais o que invejar.
Eis que o equilibrista desistiu.
Eis que o sonho perdeu para o destino.
Forças maiores ainda existem para provar o óbvio...
A corda solitária que ainda existe não é mais a mera coadjuvante. É a estrela a espera de um novo prodígio cheio de si.
O espetáculo foi interrompido.
O equilíbrio foi perdido e assim perderam-se os elos...
O equilibrista caiu.
O sonho morreu.

ImmX em 05/05/05, 00:55 hs

Monday, May 02, 2005

Olhos Fechados

Olhos fechados

Com olhos fechados
Não vês a dor
Fica tudo mais claro
Tudo sem pudor
É fácil mentir
É fácil sentir

Com olhos fechados
Escutas melhor
Fica tudo mais vívido
Mais salgado meu suor
É fácil discernir
É fácil inferir

Com olhos fechados
Emudeces tua indiferença
Nada fica insensível
Nada vira descrença
É difícil esconder
O que tens guardado
É difícil não ver
Tua absolvição e o meu pecado
Tua sede e a minha fome
Com olhos fechados
Viramos brasa e cinza
No amor que nos consome

ImmX em 01/05/05 23:50

Wednesday, April 27, 2005

Questão

Tantos momentos perdidos sem razão... Tantas pessoas presas dentro de si mesmas... Tanta confusão... Tanto medo... Tanta falta de amor... Por quê? Você está aqui... Será coincidência? Por que veio? Por que viemos? Onde será que iremos parar? Será que é amor mesmo? Foi? Haverá uma segunda chance? Você acredita? Foi a última vez.... mesmo? Você estará vivo amanhã? Será que ele(a) está pensando em você agora? Será que eles sabem? Quem poderá dizer? E se fosse possível...? Quanto custa o seu silêncio? Já disse "eu te amo" hoje? Seus amigos são verdadeiros? Perguntas...


QUESTÃO

Quais as perguntas certas?
Ela confunde...
Quer e não quer
Descobrir o mundo.
Tenta e em vão espera...

Na virtude tentou viciar-se...
Mas loucas vicissitudes
Permutadas e somadas
Não forjaram a vontade.
Quis voar mais alto,
Gloriosa e fútil,
Sem sobressaltos.
Quis viver o inútil,
Chafurdar, afundar
Até o fim
Sim, sim...
Quis suicidar...

O plano foi traçado
O objetivo, calculado.
No seu coração frio,
Gelado, mal interpretado,
Ficou marcado
Um sinal,
Uma cicatriz,
Agônica, terminal,
Arraigada, infeliz...
É... Por um triz
Ela não foi amada...

Ah! Vida abjeta!
E por quê?
Perguntas,
Perguntas...
Quais as respostas corretas?
Por ImmX

Friday, April 22, 2005

Venenu Nostru

Venenu Nostru

Andou...
Rodou por tantos lugares,
Tantas vulgares,
Vazias e escuras ruas.
Caiu... Sentindo os olhares
Tão exemplares,
Vazios e insensíveis
A julgá-lo.
Estendeu a mão
E recebeu o não...
Torcendo o rosto,
Apertou o coração
E sufocou o grito.
Contorceu-se tosco,
Lambeu-se e ferido,
Levantou...
Suspirou, pequenino:
Ah! Tantos velhos preconceitos...
Retirou todos os espinhos,
Afiados e... Envenenados...
Olhou para os perfeitos,
Assim vazio,
Assim machucado.
Estendeu a mão,
Em vão...
Ergueu o olhar,
Torceu o rosto.
Ameaçou o grito
E contorcendo-se tosco,
Partiu para o infinito.
Por ImmX em 18/04/05

Tuesday, April 19, 2005

Assim

ASSIM
Linhas e linhas,
Carreiras,
Trilhas.
Ela segue,
Ela cheira.
Vai descendo
A ladeira,
Vertiginosamente,
Na brincadeira,
Perigosamente
Carente...
Ninguém vê, ninguém...
Ela é tudo
Pra elas, pra eles,
Mas não pra alguém...

Linhas e linhas,
Carreiras...
Ela sabe,
Ela quer...
Que o coração bata
Rápido, rápido
E pare,
Simplesmente
E pare,
Lentamente,
E pare,
Indiferente.
Porque tudo pára,
Acaba,
Assim,
Fim.
ImmX, 01/05/03

Tuesday, April 12, 2005

Condessa Vampira

A Condessa Vampira, Inspiração Para Cradle Of Filth


Elizabeth Bathory ou Erzsébet Báthory



Ela era belíssima, alta para a época, de feições delicadas e pele muito branca, sendo proveniente de família nobre, mas revelou-se uma das criaturas mais odiosas e cruéis de seu tempo, matando pelo menos 600 moças e banhando-se no sangue delas, acreditando que isto a manteria jovem e bela, além de ter o hábito de punir seus empregados de formas dignas de Hannibal Lecter do filme "O Silêncio dos Inocentes". Ainda, sua maldade foi tão notória que ela ficou sendo conhecida como um dos "vampiros verdadeiros" que inspiraram Bram Stocker a escrever seu personagem Drácula.


Nascida em 1560, Elizabeth Bathory, talvez por traumas de infância, por ter presenciado o estupro e morte de suas irmãs, ou ainda pelo resultado dos casamentos co-sanguíneos de sua família, desenvolveu uma terrível psicose e um gênio maligno. Após a morte de seu marido, o Conde de Bathory, com o qual havia casado com apenas 15 anos, Elizabeth mergulhou cada vez mais nesse lado obscuro de sua personalidade, recebendo em seu castelo na Transilvânia, várias pessoas ligadas à magia negra e coisas do tipo. Ela participava de orgias na casa de sua Tia que era lésbica, tendo Elizabeth também prazer no lesbianismo, assim como na flagelação. Ela também divertia-se muito com os instrumentos de tortura que seu marido utilizava com prisioneiros de guerra.


Por volta de seus 43 anos é que se iniciam os seus famosos banhos de sangue de virgens que ela e suas "bruxas" caçavam à noite. Sua crença de que o sangue de virgens pudesse lhe trazer o rejuvenescimento originou-se em um episódio que ocorreu quando ela punia uma jovem empregada. Ao bater no rosto da moça com suas longas unhas afiadas, ela tirou sangue da mesma, que caiu em algum lugar de seu corpo. Após o fato, ela estava quase certa de que o local onde as gotas de sangue caíram estava mais fresco e rejuvenescido. Foi então que ela consultou uma das pessoas entendidas de magia, que lhe confirmou o fato, talvez por medo de contrariar a tão imprevisível condessa...


A Condessa então raciocinou que se um pouco era bom, muito seria melhor! Ela acreditava que se tomasse banho com o sangue de virgens e que se bebesse o das mais bonitas, seria gloriosamente jovem e bonita novamente. E assim às noites ela e o seu séqüito caçavam jovens camponesas e no castelo, as penduravam vivas, nuas e de cabeça para baixo, em correntes, cortando seus pescoços, deixando o sangue escorrer em uma banheira, onde tomava o seu banho morno e rejuvenescedor... Se por acaso uma camponesa muito bonita aparecia, ela bebia o sangue em uma taça de ouro, mas mais tarde ela começou a beber diretamente do pescoço da "feliz" garota. Após 5 anos, ela percebeu que o sangue das camponesas não tinha mais o mesmo efeito, talvez por estar com defeito ou não ser de boa qualidade. No início do século 17, na Transilvânia, pais de posição social queriam que suas filhas recebessem fina educação... Foi a oportunidade perfeita para a condessa. Em 1609, Elizabeth estabeleceu uma academia em seu castelo, se oferecendo para cuidar de 25 garotas de cada vez e terminar a sua educação corretamente... As pobres alunas foram "consumidas" da mesma forma bestial que as garotas camponesas. Era muito fácil e Elizabeth se tornou descuidada pela primeira vez em sua carreira maldita. Num momento de frenesi, 4 corpos foram jogados para fora do castelo. O erro foi percebido tarde demais e os camponeses tinham recolhido e identificado os corpos, chegando-se assim a solução dos desaparecimentos... O saldo total das mortes: 600. O interessante é que enquanto apenas camponesas desapareciam nos 5 anos anteriores, as autoridades não deram atenção à estes assuntos, isso acontecendo somente quando garotas nobres começaram a desaparecer... Ela foi a julgamento, em 1610 e suas comparsas foram queimadas na fogueira, mas ela por sua origem nobre não pôde ser executada, foi então confinada a um quarto minúsculo de seu castelo e nunca mais pôde sair - ela morreu 4 anos depois. Abaixo foto da torre onde ela foi confinada.



Elizabeth nunca disse uma única palavra de remorso ou algo parecido. Mais detalhes da história (em inglês) aqui! ou (português - não é a tradução do outro texto) aqui!



Você pode adquirir essa linda bonequinha da Elizabeth no site ImToys: Compre Aqui

Thursday, April 07, 2005

Inesperado

INESPERADO

Eu consegui feito inédito:
Matei... Fria,
Calculadamente.
Assassinei. Era dia
E teu sol que ali jazia
Fracamente,
Inútil companhia,
Vazio, morno, decrépito
Não aqueceu meu coração
Que ali, congelado, não batia.
Nós que atavam, estrangulavam a voz
Do seu eu que quis ser nós,
foram algoz, juiz e sangria,
Fiéis executores da minha perdição.

Na solidão da minha sentença,
Reconheço... Tardia,
Tão amargamente,
O sentimento, a magia,
Teu sonho e alegria,
Tão covardemente
Sepultados, eu diria,
Pela minha descrença.
Assassinei o que ainda era flerte,
O que verão prometia,
Viverei agora assim, só, inerte
Numa vida de letargia,
Eterno inverno e pó celeste,
Sem tudo o que me deste
E que aceitar eu não podia,
Pois amar-te me diminuía...

Resta-me recordar,
Neste meu idílio desesperado,
O amor que crucifiquei,
Que me alegrei de ter matado.
Resta-me lamentar
Teu suicídio inesperado.
por ImmX em 21/05/03, 2:28 a.m.

Saturday, April 02, 2005

Loucura

Loucura

Vem
De súbito,
Insólita,
De modo estúpido
E competente,
Na incompetência total,
Nos devaneios,
Caos, realidade virtual.
Suas afiadas garras
Impelindo a gritar,
Bizarras...
A mente a delirar.
Numa metamorfose,
Num renascer.
Tudo parece novo,
Real e real.
Atrás de estranhas grades,
O que significa
O que vejo,
O que sinto?
Ao meu redor
Napoleões e Einsteins grotescos,
Excêntricos, dantescos.
Vivendo, morrendo
Num mundo de cores fortes
De choques, dores
E de Van Gogh.

O que sinto sufoca
De tanta esperança,
Tanto amor...
O que vejo cega
De tanto desespero,
Tanta dor...
Sou produto da sanidade
Diluindo-se aos poucos.
Sou o médico, a cura,
A enfermidade...
Mentiras, juras e verdades
Sou muito
E tão pouco.
Sou humano
E tão louco...

Por ImmX - 93-05

Wednesday, March 16, 2005

Querer

QUERER

Acordar...
Acordar é pensar.
Inevitável,
Impossível
Tentar impedir
A mente a vagar,
Incansável...
Repetindo o momento,
Repetindo o encanto,
O suave tormento
Que é ver
Aquele ser.
Que é ser
O que ele não vê.
Que é ter
O que não se quer.
Que é pedir
Menos do que se quer
E ainda sentir
O que não se quer
Querendo falar
O que ele não quer
Ouvir.
10:11 p.m. - 11/05/03

Friday, March 11, 2005

Tempos Errados

TEMPOS ERRADOS

Amei na hora errada.
Era cedo,
Era perfeita cilada
E o medo,
Que ignorei por nada,
Agora ri,
Mostra as garras.
Agora o "se"
Expõe condições infinitas,
Divagações imprecisas,
Assim tristes,
Assim humildes, e
Um tanto indecisas.

Você não entendeu na hora certa,
Nem se comoveu
Com a cena,
Não teve pena,
Não esmoreceu
Ao ver-me naquela rua deserta,
Sem saída,
Eu ali, caída,
Traída,
Sem noção,
Sem tempo certo.
Na distância equivocada,
Sem distinguir
O perto,
O longe,
O tudo,
O nada.
Sem saber que era cedo demais pra amar
Sem sentir que era tarde demais pra impedir...

Então continuo ali, aqui.
Não vou, nem volto,
Não ouso, nem temo,
Não sou vida, nem morte,
Sou vago meio termo.

Nesse impasse sigo.
Dia após dia,
Desde então.
Sobreviver consigo
Nesta vigília,
Ou talvez não.

Esperando o tempo me alcançar
Percorrendo sem movimento,
A distância do seu olhar,
Imaginando a todo momento,
Se vale a pena a respirar
Por mais um dia
Ou quem sabe tentar
Ser menos fria,
Menos vazia
E recomeçar.

Immortal X em 2003 (o ano da neve e do desengano)

Thursday, March 03, 2005

Nós

Você
tenta entender razões,
Fingindo esquecer, racional,
Mas eu, a tal emoção,
entendo o seu toque
e encontro na sua lógica
a minha perda

E sofro, seca, letárgica
desprovida e muda... trágica.

Eu
Raciocino minhas tentativas
Em infinitas atuações,
Mas você, maldita saudade,
Invade a minha falta de memória,
narrando a história, sem noção

E eu sofro, livre, hemorrágica,
Dolorosamente paralítica, patética,
Buscando
"Nós"...
Nos emaranhados de bocas
Que tentam consumir...
Nos entrelaçados de mãos
que, em vão, tentam seduzir...
Mas não lhes pertence...
Não, não...
É meu, amor, só meu...
E seu.

30/10/03
00:30
Por Immortal X

Friday, February 25, 2005

Resposta ao Zangão

RESPOSTA AO COMMENT de Zangão: Queria aproveitar o momento e também responder a um comment que foi feito no post anterior. O rapaz (de Portugal), que tem um blog muito interessante até -isto é, pra quem curte política - falou que essa coisa de gostar de sangue, vampiros, noite é coisa de criança, uma modinha passageira. Olha, meu querido português, isso não é moda pra mim não, muito antes da galerinha resolver virar "gótica" - não gosto de rótulos, mas... - muito antes disso eu já gostava de sangue e eu gosto MESMO! Da noite nem se fala! Se eu pudesse sair apenas à noite seria ótimo. Quanto aos vampiros, eles existem, viu? Olhe pro lado e veja seus "amigos" e até parentes, que às vezes sugam a sua energia vital, paciência e seu tempo. Vampiro não é só aquele que suga sangue não, meu caro, é também aquele que tenta alimentar o seu próprio preconceito e tornar-se cada vez mais "superior". Amigo, deixe as pessoas com seus gostos e preferências, não tente mudá-las, ou fazer apelos para que "deixem-se destas depressões que a vida é curta há que a gozar ao máximo, e nem só de noite vivem as gentes...." Isso é muito bonito, concordo (e talvez servisse pra outra pessoa, não Immortal X), mas o que sua visão distorcida não o deixou ver é que, pode-se sim gostar dessas coisas e gozar a vida ao máximo. Abra sua cabeça. Aqui no Immortal Pain não faço gênero, meu querido. Tudo o que tem aqui eu gosto e tem a ver comigo, é um fato. Além do mais, deve haver pessoas também que achem as coisas que você gosta "coisa de doido", como você citou. E finalmente, A Internet é um espaço livre, eu escrevo - e graças aos deuses! - gosto do que eu quiser. Assim como você também é livre pra comentar as suas "verdades" na blogosfera, por isso, não me importarei se você por acaso, voltar a engasgar-se com seus "preconceitos" aqui no Immortal Pain.

Wednesday, February 23, 2005

Apenas Mais Uma

Como pode doer tanto?
Como pode ser tão difícil?
Eu quero sair de mim...
Viver em outro corpo
Eu quero um outro coração
Isso seria suficiente?
Resolveria ser diferente?
Talvez eu devesse trocar de alma
Pois sem ti esta que eu tenho nunca servirá...
Ela sempre vai te procurar
Sempre,
Sempre vai te amar...
Mas não custa tentar.
Outros olhos? Não, não
Eles continuariam a te seguir .
Cegos... sim! Cegos olhos:
Não ver, não amar.
Só que agora é tarde
Minha alma -sempre ela-
Decorou teu rosto
E o teu gosto
Ah...que sentimento tosco
Que sufoco louco...
Quero amar menos
Quero amar pouco, só um pouco...
Mas isso não existe
Existe apenas a tua falta
E aprendi, enfim,
O amor salva, sim.
A dor... O amor...
O amor.

Immortal X em 24/11/03
00:29

Friday, February 18, 2005

O Seu Carinho

O SEU CARINHO
Eu vou fingindo.
Eu vou fugindo
Drogas, droga...
Você me faz falta!!
Você que nunca mentiu.
Você que nunca existiu.
Que droga, drogas.
Você que eu amei,
Por quem eu me deixei
Levar,
Guiar,
Que droga...
Aonde cheguei
Não havia nada,
Apenas uma estrada,
Apenas uma ida
Ou uma volta
Ao ponto de partida.
Então voltei, deixando esperanças
E sonhos largados pelo caminho,
Apenas guardando na lembrança
Aquele seu incerto carinho.
Immortal X em 01/05/03

Tuesday, February 15, 2005

A Viagem

A viagem (por Immortal X)

Ela está em um ônibus. Passam ruas, árvores, casas e apartamentos, assim como carros velhos, novos, velozes e também mortais... É... mortais, como aquele que invadiu a casa, sem pedir licença, e levou as crianças pra longe, muito longe...

O balanço do ônibus é hipnotizante, leva os sentidos, traz o sono. Ele vai na noite, pelas ruas desertas... Assim como o seu coração.

Ela está sentada no último banco do ônibus quase vazio e pode observar tudo o que acontece. É um daqueles modelos novos em que os bancos são laterais, fazendo com que as pessoas fiquem de frente umas com as outras, causando um certo constrangimento. Estão todos calados, olhando para baixo, para os lados, como que temendo um contato direto, olho no olho. O único som que se ouve é o ruído do motor.

São sete os passageiros sem contar o motorista e o cobrador. Três pessoas dormem, com suas cabeças encostadas no vidro da janela; um casal de velhos, ele com o olhar perdido em algum ponto do espaço, e ela chorando silenciosamente, as lágrimas escorrendo pela face; um jovem de fisionomia oriental que parece perdido em meio as suas apostilas de química, física e matemática; e ela, um tanto sonolenta, mas obrigando-se a ficar desperta, pois tem medo de passar do ponto. Este é o último ônibus e a idéia de andar pelas ruas escuras e desertas não a atrai.

De repente, algo inesperado a faz perder totalmente o sono. Seu coração pára por um instante... Estremece. A passageira que acaba de entrar no ônibus... Ela é... como um espelho vivo. As duas são iguais! Como irmãs gêmeas, não... mais do que isso, o ser que acaba de entrar é uma cópia perfeita dela.
Estarrecida, ela olha ao redor, tentando compartilhar seu espanto, mas as pessoas não parecem ver nada além de seus narizes e suas dores.

É com muito custo que ela cria coragem para olhar para lá de novo. E quando o faz, o ser está a observá-la, sorrindo. Uma sensação de irrealidade toma conta dela, tudo parece se transformar em uma atmosfera de sonho.

O ser se aproxima e senta ao seu lado. Começam a conversar, como se fossem velhas amigas. Ela não pergunta o seu nome... Algo diz que não é preciso, assim como o ser não pergunta o dela.
As palavras fluem, num ritmo intenso, livre e ela perde a noção do tempo. Quando dá por si, o ônibus está a passar por um lugar desconhecido. Ela deveria ter descido a uns três pontos atrás. Olha no relógio: meia noite. Já passou do horário de estar em casa, mas o fato parece não ter importância agora.

Há um entrosamento perfeito entre elas. Ela fala de coisas que sempre moraram em seu coração, mas que nunca tiveram força de se transformar em palavras. Sente-se confiante e à vontade com aquele ser, como se fosse a amiga que sempre sonhara ter, alguém a quem pudesse contar tudo... Uma expansão do seu eu.

Ela diz que vai descer no ponto final e pegar um táxi pra casa, e neste instante percebe um olhar de desaprovação.
Fica na dúvida... Será que deve mesmo fazer isso?
Pensa, pensa tanto que a idéia de ir pra casa lhe parece absurda agora, e imagina se algum dia teve uma realmente. Mas isso não parece importar agora... A palavra casa parece ter perdido o significado.

Olha pela janela, a paisagem é totalmente estranha.
O tempo passa, e ela continua a falar e a falar até as palavras, todas, perderem o sentido.
O dia amanhece. No ônibus apenas as duas, o motorista e o cobrador.
Ela se pergunta se existe um ponto final.
"Será que não seria melhor descer?" pergunta ao ser, mas não recebe resposta. Ela pensa: "Ah..ela dormiu durante o meu falatório interminável". Gentilmente ela tenta acordá-la, mas não consegue. Um pouco assustada começa a sacudi-la levemente, em vão... Seu desespero vai crescendo, crescendo e quanto dá por si, está sacudindo-a freneticamente.

Ela pára subitamente, e tem medo de pensar no óbvio. Tenta sentir a respiração, e nada.
Está morta...
É indescritível a tristeza que a invade. Ela chora, chora muito. Como se chorasse sua própria morte. Chora até as lágrimas perderem o sentido.
Perde a noção do tempo. Quanto se passou? Um dia?
Percebe, de repente, que está só no ônibus. O corpo, o motorista e o cobrador sumiram, sem que ela notasse. O ônibus anda sozinho, numa velocidade constante, por uma estrada estranha, desolada.
Olhando com atenção, ela pode ver que nas pedras que compõem a paisagem, existem pessoas sentadas. Mas ela não consegue ver os seus olhos, nem nada. Ela não consegue ver os seus rostos.
São pessoas sem identidade.
O ônibus então pára bruscamente. Antes de descer ela olha no espelho retrovisor pra dar uma arrumada no cabelo. E então ela vê...
Seu rosto não está mais lá.
Ela está igual aos outros, sem expressão e fria.
E este fato não a deixa chocada.
O passado e o futuro passam a ser o momento presente. Se antes existiu algo, alguém, ou algum sentimento, ela não sabe.
Quando vê, está sentada numa pedra, igual a todo mundo.
Não questiona o porquê. Afinal, agora nada mais importa...

Saturday, February 12, 2005

E Ele Não Viu...

É tarde, muito tarde. E agora, o que fazer?
O desespero começa a tomar conta. Quase 18:00 horas!!
O trem vai sair daqui a uma hora. Procura daqui, procura dali... E nada!
É inacreditável, estava ali em cima da mesa a dois minutos atrás... Inexplicável.
18:30 horas.
Algo muito estranho começa a acontecer em sua mente. A fisionomia antes calma, transforma-se num misto de esperança e sentimento de tragédia iminente.
Relaxe, relaxe. É preciso calma. Respire fundo...
Isso! Agora vá, procure o que talvez seja a coisa mais importante de sua vida. O que não poderá deixar de levar na viagem.
Daqui a pouco sai o último trem para o único lugar onde o cogumelo atômico não chegou. Senão pegá-lo a tempo, morte e destruição, e o pior de tudo: solidão, serão suas eternas companheiras à espera do fim...
Mas ainda resta uma esperança! Procure!
19:00 horas. É tarde, muito tarde...
Aquele homem ouve o apito de um trem, cada vez mais longe...
O derradeiro trem, que lhe tiraria de todo aquele horror. Mas ele se foi... A esperança se foi...
Caminhando pela cidade em ruínas, na chuva negra e ácida, andando por entre os corpos queimados, lojas semidestruídas, ele se vê frente a frente com algo muito mais assustador do que a realidade: Um espelho.
Um grito rouco e louco ecoa no caos.
Naquele espelho ele descobriu o que procurava com tanta angústia e desespero.
Estava ali o tempo todo... Em frente aos seus olhos, e ele não viu.
Ele não viu... Os seus óculos.

Tuesday, February 08, 2005

Amor e Fogo

A memória dos nossos momentos
pra sempre vai ficar,
foi gravada no fogo,
teu nome em brasa queima,
arde minha pele,
aprendendo a ser eterno
como o vento, como o tempo,
causando deliciosa febre,
derretendo minhas defesas,
iluminando meu futuro
e no escuro, acesas,
letras soletram nosso amor,
mostrando tua figura nua
a me chamar e desejar
Ah... que dor...
Como posso me conter?
Como posso não ser tua?
Gravada em minha pele,
tua imagem tão vívida
aquece, queima, enlouquece,
faz-me de tão quente, líquida,
e assim, deslizo, queimando,
sobre o teu corpo, tentando,
querendo misturar, querendo,
de ti fazer parte,
e cessar a minha dor,
aplacando a tua sede,
sem medo, sem pudor,
saciando-te
até a última gota de amor.

Saturday, February 05, 2005

Animação

Vejam quanta cerveja, peitos e bundas bonitas!
Vejam os pobres favelados enfeitados na avenida!
É o pandeiro, é o carro alegórico, é o navio negreiro.
É o fio dental, é o nu frontal, é a afronta geral.
É carnaval!

Vejam os traficantes em festa.
Os turistas em festas caras,
Os caras das festas raras,
Os camarotes, as revistas,
As revistas nos pobres,
Os pobres vigaristas
E as passistas de porre.
É o mestre-sala passando, é a bateria atravessando,
É o menino atirando... e matando.
Viva! Viva! É carnaval! É alegria!
É tanta gente no sambódromo.
É tanta gente no bobódromo da vida.
Viva! Viva! É a baiana rodando.
É o crack e o menino fumando.
É a moça e o homem estuprando.
Viva Viva! É suor, é Rio, é calor.
Lá também tem, em Salvador.
Tem mais tem, tem acarajé tem.
Tem a bicha louca tem.
Tem axé, também tem.
Tem o negro com fé tem.
Tem o índio de boné tem.
E tem criança sem boné e sem fé.
Tem camisinha tem?
Tem a Ritinha, a Cidinha,
A Marininha furacão.
Tem o cão, a Patricinha,
A Cristina e a cafetina.
Tudo gente boa, gente linda
Gente legal
Anima aí gente,
É Carnaval!

Thursday, February 03, 2005

VERDADE...!?

Quero que a superficialidade
Atinja-me como raio,
Trave minha mente
Restrinja a sensibilidade
Das minhas emoções.
Não quero + sentir
Não quero +
A profundidade
Da qual sou feita.
Dói, dói demais
A saudade
A angústia,
O caos de te amar.
Só, no olho do furacão,
Tendo a amizade
Mas querendo além.
E além do teu limite,
Da tua possibilidade,
Encontro o sabor
Da solidão,
As garras do desespero
Que tiram minha sanidade.
Contemplo tua foto,
Recordo tua voz
Tuas insinuações
Tua hospitalidade
Eu sei que tu sabes
Por que te calas
Ante minha ansiedade?
Teu abraço,
Teu toque,
Tua sensualidade...
Apaixonei-me
Por tudo em ti,
Teu jeito louco,
Tua intelectualidade...
Estou perdida
Tentando me encaixar
Na tua realidade,
Perdida tentando achar
A minha verdade.

Tuesday, February 01, 2005

Focu Ephémeros

O tempo passou
As labaredas trépidas
Rapidamente se extinguiram
E as cinzas gélidas
Tomaram o lugar.

A força do vento
Foi mais forte
Que o sentimento.

Eu encontrei meu ar,
Mas a serpente
Havia me enganado.
Nada além de miragens
Sob um calor fugaz,
A ilusão e a dor.
Queimei meu coração.
Ah! Cicatrizes de amor.

Perda

O que falta para ser normal?
Que falta para atingir o alvo?
Tantos passos em falso
Pagamos o bem com o mal.
Já não sei o que perdi
Ou se ganhei, esqueci.
Fico esperando
Aqui, sonhando.
O momento não vem
Ou já passou, será?
Tudo parece ilusão
E agora o que virá?
Ou já veio, então?
Nossa vida mudou
A esperança morreu
Ninguém lutou
Perdemos o mundo
E ninguém percebeu.

Monday, January 24, 2005

Juventude Decrépita

Quantos jovens velhos eu vejo.
Tão sem graça,
Tão obsoletos.
Sem raça,
Sem brilho.
Mortos vivos.
Tontos e tortos.
Tão sem rumo,
Tão abstratos.
Inexatos.
Sem destino.
Chatos e vazios,
Ignorantes gigantes
Vadios...

Quantos jovens fantasmas eu vejo.
Tão transparentes,
Sem massa,
Sem substância,
Tão ausentes.
Quantos passados apagados,
Presentes perdidos
E futuros roubados.
Quantos nadas
Preenchidos com drogas
E pais tão inúteis quanto seus dias.
Dias tão fúteis quanto a alegria
De seus "baques",
De seus "becks"
E dos seus "cracks"

Quantos jovens mortos eu vejo...


Escrevi isso em dia de esclerose juvenil, num desses dias de janeiro...

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Friday, January 14, 2005

Cores e Dores (trilogia completa)

"Artists can color the sky red because they know it's blue. Those of us who aren't artists must color things the way they really are or people might think we're stupid." - Jules Feiffer

(Artistas podem colorir o céu de vermelho porque eles sabem que é azul. Nós, que não somos artistas, devemos colorir as coisas do jeito que elas realmente são, ou as pessoas podem pensar que somos estúpidos.)

Azul

Ela segura a ave que ele tão gentilmente colocara em suas mãos.
Ela sente suas penas macias e brancas, a respiração frágil, enquanto olhos assustados movem-se velozes.
Ela acaricia a ave tão pequena e sorri, sentindo um certo poder.
Ele a fita ansioso.
-Espero que a aceite e cuide bem dela. É um presente.
O ar está parado, quente. Um silêncio quebrado por pequenas pulsações irregulares.
Um coração acelerado.
Ela sente a pressão entre seus dedos. Olha para ele e além, mas não enxerga o que procura.
-Onde está?
A pressão aumenta. Ele fecha os olhos e uma lágrima nasce.
-Onde está??
Ele não consegue mais segurar e a lágrima se transforma em pranto.
Irritada, ela olha para o lado. A pressão quase insuportável em sua mão. Sente dor, mas não liga.
Ele continua a chorar. Soluça.
Os sons misturam-se na sala vermelha. Uma sinfonia de soluços e ossos partindo.
Ele cai de joelhos aos pés dela.
-Amor...
Gotas caem em sua testa suada, e escorrem, misturando-se às lágrimas.
Ele enxuga o rosto. Suas mãos agora vermelhas...
Ele percebe o erro.
Ela devolve a ave.
Segurando a massa sangrenta e sem vida, ele a vê abrir a porta.
- Aqui, amor, estava bem aqui...
Mas ela não ouviu.
12/01/05


Vermelho

Ela fechou a porta. Deu alguns passos.
Pareceu ter ouvido algo, mas não parou.
Olhou para suas mãos, vermelhas e doloridas, pensativa...
Um grito. Ela olhou para trás.
Algo aconteceu na sala vermelha.
Pensou em voltar... Virou o corpo, mas mudou de idéia...
Afinal, é passado... Tudo se tornara passado.
Não havia nada que ela pudesse fazer.
Foi em direção ao banheiro branco.
A pia e o espelho a esperavam.
Os pedaços de penas grudados no sangue seco a incomodaram.
Um cheiro de carne cru e sangue animal encheu o lugar.
A água era corrente e limpa. Mas não removeu a sujeira.
Ela esfregou com mais força usando o sabonete azul.
A espuma se formou, abundante, mas ainda assim não foi suficiente.
Ela sentiu-se absurdamente impura. Não apenas suas mãos, seus braços também.
Olhou no espelho.
Foi assustador o que viu.
Correu para o chuveiro.
A água caía abundante, mas quente demais..
Ela não conseguiu se limpar.
O banheiro então enfumaçado, parecia uma prisão.
Olhou para os pés. Pareciam garras.
Suas mãos... Contorcidas.
O espelho.
O grito.
E ela arrancou os próprios olhos.
13/01/05


<>Verde

Ele pensará no que aconteceu até tarde.
Não conseguirá dormir. Não, não...
-Ahhhhhhh!
Vergonha por ter gritado...
Vergonha por ter chorado...
Passará... Passará.
Momentos de silêncios vazios...
Momentos de pensamentos incertos...
Momentos interrompidos por ela.
Ela gritou! Sim, com certeza! Gritou...
Mas já era esperado...
E ele fará nada, pois o que está escrito está e o será.
Ouvirá novamente aquele grito, vez ou outra...
Em pesadelos, talvez.
Mas a imagem desbotará.
Os sons cessarão.
E ela irá aceitar... Um dia.
Ela vai olhar e vai enxergar...
Mas isso é futuro.
Daqui a pouco, no quarto verde ele irá dormir.
Não sem antes lembrar da ave morta no chão.
Triste, outra lágrima provavelmente cairá.
Até que um dia, sim, um dia...
Até que um dia ele se lembre de esquecer...
Ela, então, reabrirá a porta.
E mesmo no escuro poderá enxergar.
Pois o amor em suas mãos a guiará.

"Love is a bird, she needs to fly"
Frozen - Madonna

(O amor é uma ave, precisa voar)
14/01/05

Espero que vocês tenham gostado de ler essa trilogia, da mesma forma que me diverti escrevendo. Espero também, que todos tenham encontrado seu significado oculto e subjetivo.

Wednesday, January 12, 2005

Hades

HADES

Ali jaz
Seu ego exposto,
Fragilmente aberto,
Mortalmente incerto,
Um rei deposto.

Não satisfaz
A palavra... não mais
Não existe significado
De explicar, capaz,
Nem de responder...
Jamais.

Eu consegui ouvir
E foi lindo!
Mesmo que o fim
Exista,
Foi lindo!
Mesmo que o sim
Não resista,
Eu consegui ouvir
Eu repito:
Foi lindo
Ver você sentir...

Quando a respiração
Parou,
O pensamento voou...
Revelação.

No calor dos minutos
Eu queimei a sua
Espera...
Fútil e inútil,
Como eu pude ser?
Como eu pude ser
A horrível megera?

Ali jaz
Seu ego,
Sua dor...
Minha falta
Ingrata de amor
E de paz.

19/05/03


Thursday, January 06, 2005

Réquiem De Nós Dois

"Réquiem De Nós Dois"

Seu olhar no meu,
Perdido.
Dedos entrelaçados
Que não seguram...
Escorre entre eles
O que se perdeu,
Lentamente,
De nós.

Sua boca na minha,
Seca.
Línguas entrelaçadas
Que não beijam...
Escorre entre elas
O fel que restou,
Tristemente,
De nós.

Seus pés e os meus,
Distantes.
Destinos cortados
Que não se encontram...
Ficou entre eles
O orgulho que cresceu,
Imponente,
De nós.

Meu pesar e o seu,
Castigo.
Corações magoados
Que não se curam...
Ficou entre eles
O amor que morreu,
Indigente,
Em nós.
(Dia 06 de madrugada, lá pelas 3:30h)

Wednesday, January 05, 2005

Dos Top 10

TOP 10 - Coisas Deliciosamente Boas de 2004
1) Começar um emprego novo que eu adoro
2) Começar a namorar a mesma pessoa pela terceira vez (Brave Heart, luv ya!)
3) Estar mais próxima dos amigos
4) Fazer o Immortal Pain
5) Minha inspiração poética voltar
6) Parar de fazer certas coisas prejudiciais à saúde
7) Descobrir uma série nova que arrasa! The 4400
8) Estar mais organizada (pasmem!)
9) Assistir Resident Evil com Michelle Rodriguez e Mila Jovovicch comentando e falando m*rda!
10) Orkut

TOP 10 - Coisas Amargamente Ruins de 2004
1) Perder meu celular
2) Bush reeleito
3) Tsunami
4) Descobrir que um super amigo vai pra longe (Doug, vou sentir saudade)
5) Perceber que um amigo vai "bater as botas" logo
6) Descobrir que algumas amizades mais que virtuais não são eternas
7) "Friends" acabar...
8) Assistir "A Vila"
9) Meu Superman favorito de todos os tempos morrer: Christopher Reeve
10) Não tem!

TOP 10 - Coisas Pra Fazer Antes De Morrer (reprise)
1) Passar um mês com Brave Heart numa ilha deserta.
2) Viajar pra Nova Zelândia e pisar o chão em que Xena e Senhor dos Anéis foram filmados.
3) Participar de uma festa VIP decadente em Hollywood, onde passaria uma noite animal junto com Tom Cruise e Angelina Jolie (entre outros)
4) Fazer figuração em um filme de terror, morrendo de forma espetacular, esguichando sangue pra tudo quanto é lado
5) Conversar com meu pai e perguntar por que cargas d'água ele nunca veio me visitar depois de ter separado de mami. (isso aconteceu quando eu tinha 1 ano)
6) Ser finalmente vista por alguma nave naqueles momentos em que acho que tem um ovni no céu e eu abano os braços dizendo: "Ow!!! Tô aqui! Venham me buscar!" e então...ser abduzida!!
7) Cancelado! Já descobri o que é W.O: Significa Walk Out - Ganhamos/ perdemos de WO. O time desistiu (walked out) por vários motivos (ter chegado atrasado, não ter o número de jogadores mínimo... etc)
8) Conversar com Michael Jackson e perguntar: "Jacko... Why??????"
9) Escrever a poesia perfeita
10) Conhecer um lugar mais louco do que "Studio 54".

Monday, January 03, 2005

Silêncio

Silêncio

Ele sangrou quando viu seu rosto,
sua boca dura,
seu olhar frio...
O sorriso inexistente.
Quando a perdera?
Quando o futuro se tornou tão passado?
Ele gritou quando a viu sair porta afora.
Ela disse adeus.
Ele a seguiu com os olhos.
(lágrimas)
-Não vá!!
(silêncio)
-Amor, não...
(silêncio)
Um último olhar
...e a porta se fechou.
Os dias passam...
Noites vazias.
Copos cheios.
Os dias se arrastam...
Peso. Dor.
Silêncio.
Idéias.
Lágrimas.
Ausência.
Idéias...
Silêncio.
(um click)
Ausência.
Lágrimas. Dor.
(disparo)
Silêncio.

Saturday, January 01, 2005

Definição

DEFINIÇÃO
Não é platônico...
Essa não é a definição,
Não é essa a intenção.
É talvez anônimo,
Quem sabe mera paixão.
Quem sabe é mais
E mais sem razão.
Algo simples ou não,
Um tolo querer.
Um incauto prazer
Que não é casto,
Apenas gasto,
Cansado de se esconder,
Ou algo inexato
Que de tímido
Ganha recato
E contato mínimo.

Não é ideal
De imaginário,
Que vive só na idéia.
É muito real,
Sem cenário,
Sem panacéia.

Não é de tudo
O que se aspira
A síntese.
É algo ainda bruto
Que inspira
O clímace.

É como um passo
Louco,
No escuro,
No alheio,
Solto,
Sem esteio.

É a necessidade
De lábios
Num toque
É a lenta agonia
De um adágio.
É um choque.
Uma paralisia.
Uma triste,
Delicada
E complicada Alegria.

Mas palavras assim
Diminuem o sentir.
Não há o que definir,
Apenas ansiar, sim
Pela reciprocidade.
Ou se contentar
Com a amizade
Assim equivocada
E de ego ferido,
Ou ocultar
Essa vontade
Esse sentimento
Tão covarde
E não definido