Friday, February 25, 2005

Resposta ao Zangão

RESPOSTA AO COMMENT de Zangão: Queria aproveitar o momento e também responder a um comment que foi feito no post anterior. O rapaz (de Portugal), que tem um blog muito interessante até -isto é, pra quem curte política - falou que essa coisa de gostar de sangue, vampiros, noite é coisa de criança, uma modinha passageira. Olha, meu querido português, isso não é moda pra mim não, muito antes da galerinha resolver virar "gótica" - não gosto de rótulos, mas... - muito antes disso eu já gostava de sangue e eu gosto MESMO! Da noite nem se fala! Se eu pudesse sair apenas à noite seria ótimo. Quanto aos vampiros, eles existem, viu? Olhe pro lado e veja seus "amigos" e até parentes, que às vezes sugam a sua energia vital, paciência e seu tempo. Vampiro não é só aquele que suga sangue não, meu caro, é também aquele que tenta alimentar o seu próprio preconceito e tornar-se cada vez mais "superior". Amigo, deixe as pessoas com seus gostos e preferências, não tente mudá-las, ou fazer apelos para que "deixem-se destas depressões que a vida é curta há que a gozar ao máximo, e nem só de noite vivem as gentes...." Isso é muito bonito, concordo (e talvez servisse pra outra pessoa, não Immortal X), mas o que sua visão distorcida não o deixou ver é que, pode-se sim gostar dessas coisas e gozar a vida ao máximo. Abra sua cabeça. Aqui no Immortal Pain não faço gênero, meu querido. Tudo o que tem aqui eu gosto e tem a ver comigo, é um fato. Além do mais, deve haver pessoas também que achem as coisas que você gosta "coisa de doido", como você citou. E finalmente, A Internet é um espaço livre, eu escrevo - e graças aos deuses! - gosto do que eu quiser. Assim como você também é livre pra comentar as suas "verdades" na blogosfera, por isso, não me importarei se você por acaso, voltar a engasgar-se com seus "preconceitos" aqui no Immortal Pain.

Wednesday, February 23, 2005

Apenas Mais Uma

Como pode doer tanto?
Como pode ser tão difícil?
Eu quero sair de mim...
Viver em outro corpo
Eu quero um outro coração
Isso seria suficiente?
Resolveria ser diferente?
Talvez eu devesse trocar de alma
Pois sem ti esta que eu tenho nunca servirá...
Ela sempre vai te procurar
Sempre,
Sempre vai te amar...
Mas não custa tentar.
Outros olhos? Não, não
Eles continuariam a te seguir .
Cegos... sim! Cegos olhos:
Não ver, não amar.
Só que agora é tarde
Minha alma -sempre ela-
Decorou teu rosto
E o teu gosto
Ah...que sentimento tosco
Que sufoco louco...
Quero amar menos
Quero amar pouco, só um pouco...
Mas isso não existe
Existe apenas a tua falta
E aprendi, enfim,
O amor salva, sim.
A dor... O amor...
O amor.

Immortal X em 24/11/03
00:29

Friday, February 18, 2005

O Seu Carinho

O SEU CARINHO
Eu vou fingindo.
Eu vou fugindo
Drogas, droga...
Você me faz falta!!
Você que nunca mentiu.
Você que nunca existiu.
Que droga, drogas.
Você que eu amei,
Por quem eu me deixei
Levar,
Guiar,
Que droga...
Aonde cheguei
Não havia nada,
Apenas uma estrada,
Apenas uma ida
Ou uma volta
Ao ponto de partida.
Então voltei, deixando esperanças
E sonhos largados pelo caminho,
Apenas guardando na lembrança
Aquele seu incerto carinho.
Immortal X em 01/05/03

Tuesday, February 15, 2005

A Viagem

A viagem (por Immortal X)

Ela está em um ônibus. Passam ruas, árvores, casas e apartamentos, assim como carros velhos, novos, velozes e também mortais... É... mortais, como aquele que invadiu a casa, sem pedir licença, e levou as crianças pra longe, muito longe...

O balanço do ônibus é hipnotizante, leva os sentidos, traz o sono. Ele vai na noite, pelas ruas desertas... Assim como o seu coração.

Ela está sentada no último banco do ônibus quase vazio e pode observar tudo o que acontece. É um daqueles modelos novos em que os bancos são laterais, fazendo com que as pessoas fiquem de frente umas com as outras, causando um certo constrangimento. Estão todos calados, olhando para baixo, para os lados, como que temendo um contato direto, olho no olho. O único som que se ouve é o ruído do motor.

São sete os passageiros sem contar o motorista e o cobrador. Três pessoas dormem, com suas cabeças encostadas no vidro da janela; um casal de velhos, ele com o olhar perdido em algum ponto do espaço, e ela chorando silenciosamente, as lágrimas escorrendo pela face; um jovem de fisionomia oriental que parece perdido em meio as suas apostilas de química, física e matemática; e ela, um tanto sonolenta, mas obrigando-se a ficar desperta, pois tem medo de passar do ponto. Este é o último ônibus e a idéia de andar pelas ruas escuras e desertas não a atrai.

De repente, algo inesperado a faz perder totalmente o sono. Seu coração pára por um instante... Estremece. A passageira que acaba de entrar no ônibus... Ela é... como um espelho vivo. As duas são iguais! Como irmãs gêmeas, não... mais do que isso, o ser que acaba de entrar é uma cópia perfeita dela.
Estarrecida, ela olha ao redor, tentando compartilhar seu espanto, mas as pessoas não parecem ver nada além de seus narizes e suas dores.

É com muito custo que ela cria coragem para olhar para lá de novo. E quando o faz, o ser está a observá-la, sorrindo. Uma sensação de irrealidade toma conta dela, tudo parece se transformar em uma atmosfera de sonho.

O ser se aproxima e senta ao seu lado. Começam a conversar, como se fossem velhas amigas. Ela não pergunta o seu nome... Algo diz que não é preciso, assim como o ser não pergunta o dela.
As palavras fluem, num ritmo intenso, livre e ela perde a noção do tempo. Quando dá por si, o ônibus está a passar por um lugar desconhecido. Ela deveria ter descido a uns três pontos atrás. Olha no relógio: meia noite. Já passou do horário de estar em casa, mas o fato parece não ter importância agora.

Há um entrosamento perfeito entre elas. Ela fala de coisas que sempre moraram em seu coração, mas que nunca tiveram força de se transformar em palavras. Sente-se confiante e à vontade com aquele ser, como se fosse a amiga que sempre sonhara ter, alguém a quem pudesse contar tudo... Uma expansão do seu eu.

Ela diz que vai descer no ponto final e pegar um táxi pra casa, e neste instante percebe um olhar de desaprovação.
Fica na dúvida... Será que deve mesmo fazer isso?
Pensa, pensa tanto que a idéia de ir pra casa lhe parece absurda agora, e imagina se algum dia teve uma realmente. Mas isso não parece importar agora... A palavra casa parece ter perdido o significado.

Olha pela janela, a paisagem é totalmente estranha.
O tempo passa, e ela continua a falar e a falar até as palavras, todas, perderem o sentido.
O dia amanhece. No ônibus apenas as duas, o motorista e o cobrador.
Ela se pergunta se existe um ponto final.
"Será que não seria melhor descer?" pergunta ao ser, mas não recebe resposta. Ela pensa: "Ah..ela dormiu durante o meu falatório interminável". Gentilmente ela tenta acordá-la, mas não consegue. Um pouco assustada começa a sacudi-la levemente, em vão... Seu desespero vai crescendo, crescendo e quanto dá por si, está sacudindo-a freneticamente.

Ela pára subitamente, e tem medo de pensar no óbvio. Tenta sentir a respiração, e nada.
Está morta...
É indescritível a tristeza que a invade. Ela chora, chora muito. Como se chorasse sua própria morte. Chora até as lágrimas perderem o sentido.
Perde a noção do tempo. Quanto se passou? Um dia?
Percebe, de repente, que está só no ônibus. O corpo, o motorista e o cobrador sumiram, sem que ela notasse. O ônibus anda sozinho, numa velocidade constante, por uma estrada estranha, desolada.
Olhando com atenção, ela pode ver que nas pedras que compõem a paisagem, existem pessoas sentadas. Mas ela não consegue ver os seus olhos, nem nada. Ela não consegue ver os seus rostos.
São pessoas sem identidade.
O ônibus então pára bruscamente. Antes de descer ela olha no espelho retrovisor pra dar uma arrumada no cabelo. E então ela vê...
Seu rosto não está mais lá.
Ela está igual aos outros, sem expressão e fria.
E este fato não a deixa chocada.
O passado e o futuro passam a ser o momento presente. Se antes existiu algo, alguém, ou algum sentimento, ela não sabe.
Quando vê, está sentada numa pedra, igual a todo mundo.
Não questiona o porquê. Afinal, agora nada mais importa...

Saturday, February 12, 2005

E Ele Não Viu...

É tarde, muito tarde. E agora, o que fazer?
O desespero começa a tomar conta. Quase 18:00 horas!!
O trem vai sair daqui a uma hora. Procura daqui, procura dali... E nada!
É inacreditável, estava ali em cima da mesa a dois minutos atrás... Inexplicável.
18:30 horas.
Algo muito estranho começa a acontecer em sua mente. A fisionomia antes calma, transforma-se num misto de esperança e sentimento de tragédia iminente.
Relaxe, relaxe. É preciso calma. Respire fundo...
Isso! Agora vá, procure o que talvez seja a coisa mais importante de sua vida. O que não poderá deixar de levar na viagem.
Daqui a pouco sai o último trem para o único lugar onde o cogumelo atômico não chegou. Senão pegá-lo a tempo, morte e destruição, e o pior de tudo: solidão, serão suas eternas companheiras à espera do fim...
Mas ainda resta uma esperança! Procure!
19:00 horas. É tarde, muito tarde...
Aquele homem ouve o apito de um trem, cada vez mais longe...
O derradeiro trem, que lhe tiraria de todo aquele horror. Mas ele se foi... A esperança se foi...
Caminhando pela cidade em ruínas, na chuva negra e ácida, andando por entre os corpos queimados, lojas semidestruídas, ele se vê frente a frente com algo muito mais assustador do que a realidade: Um espelho.
Um grito rouco e louco ecoa no caos.
Naquele espelho ele descobriu o que procurava com tanta angústia e desespero.
Estava ali o tempo todo... Em frente aos seus olhos, e ele não viu.
Ele não viu... Os seus óculos.

Tuesday, February 08, 2005

Amor e Fogo

A memória dos nossos momentos
pra sempre vai ficar,
foi gravada no fogo,
teu nome em brasa queima,
arde minha pele,
aprendendo a ser eterno
como o vento, como o tempo,
causando deliciosa febre,
derretendo minhas defesas,
iluminando meu futuro
e no escuro, acesas,
letras soletram nosso amor,
mostrando tua figura nua
a me chamar e desejar
Ah... que dor...
Como posso me conter?
Como posso não ser tua?
Gravada em minha pele,
tua imagem tão vívida
aquece, queima, enlouquece,
faz-me de tão quente, líquida,
e assim, deslizo, queimando,
sobre o teu corpo, tentando,
querendo misturar, querendo,
de ti fazer parte,
e cessar a minha dor,
aplacando a tua sede,
sem medo, sem pudor,
saciando-te
até a última gota de amor.

Saturday, February 05, 2005

Animação

Vejam quanta cerveja, peitos e bundas bonitas!
Vejam os pobres favelados enfeitados na avenida!
É o pandeiro, é o carro alegórico, é o navio negreiro.
É o fio dental, é o nu frontal, é a afronta geral.
É carnaval!

Vejam os traficantes em festa.
Os turistas em festas caras,
Os caras das festas raras,
Os camarotes, as revistas,
As revistas nos pobres,
Os pobres vigaristas
E as passistas de porre.
É o mestre-sala passando, é a bateria atravessando,
É o menino atirando... e matando.
Viva! Viva! É carnaval! É alegria!
É tanta gente no sambódromo.
É tanta gente no bobódromo da vida.
Viva! Viva! É a baiana rodando.
É o crack e o menino fumando.
É a moça e o homem estuprando.
Viva Viva! É suor, é Rio, é calor.
Lá também tem, em Salvador.
Tem mais tem, tem acarajé tem.
Tem a bicha louca tem.
Tem axé, também tem.
Tem o negro com fé tem.
Tem o índio de boné tem.
E tem criança sem boné e sem fé.
Tem camisinha tem?
Tem a Ritinha, a Cidinha,
A Marininha furacão.
Tem o cão, a Patricinha,
A Cristina e a cafetina.
Tudo gente boa, gente linda
Gente legal
Anima aí gente,
É Carnaval!

Thursday, February 03, 2005

VERDADE...!?

Quero que a superficialidade
Atinja-me como raio,
Trave minha mente
Restrinja a sensibilidade
Das minhas emoções.
Não quero + sentir
Não quero +
A profundidade
Da qual sou feita.
Dói, dói demais
A saudade
A angústia,
O caos de te amar.
Só, no olho do furacão,
Tendo a amizade
Mas querendo além.
E além do teu limite,
Da tua possibilidade,
Encontro o sabor
Da solidão,
As garras do desespero
Que tiram minha sanidade.
Contemplo tua foto,
Recordo tua voz
Tuas insinuações
Tua hospitalidade
Eu sei que tu sabes
Por que te calas
Ante minha ansiedade?
Teu abraço,
Teu toque,
Tua sensualidade...
Apaixonei-me
Por tudo em ti,
Teu jeito louco,
Tua intelectualidade...
Estou perdida
Tentando me encaixar
Na tua realidade,
Perdida tentando achar
A minha verdade.

Tuesday, February 01, 2005

Focu Ephémeros

O tempo passou
As labaredas trépidas
Rapidamente se extinguiram
E as cinzas gélidas
Tomaram o lugar.

A força do vento
Foi mais forte
Que o sentimento.

Eu encontrei meu ar,
Mas a serpente
Havia me enganado.
Nada além de miragens
Sob um calor fugaz,
A ilusão e a dor.
Queimei meu coração.
Ah! Cicatrizes de amor.

Perda

O que falta para ser normal?
Que falta para atingir o alvo?
Tantos passos em falso
Pagamos o bem com o mal.
Já não sei o que perdi
Ou se ganhei, esqueci.
Fico esperando
Aqui, sonhando.
O momento não vem
Ou já passou, será?
Tudo parece ilusão
E agora o que virá?
Ou já veio, então?
Nossa vida mudou
A esperança morreu
Ninguém lutou
Perdemos o mundo
E ninguém percebeu.

Monday, January 24, 2005

Juventude Decrépita

Quantos jovens velhos eu vejo.
Tão sem graça,
Tão obsoletos.
Sem raça,
Sem brilho.
Mortos vivos.
Tontos e tortos.
Tão sem rumo,
Tão abstratos.
Inexatos.
Sem destino.
Chatos e vazios,
Ignorantes gigantes
Vadios...

Quantos jovens fantasmas eu vejo.
Tão transparentes,
Sem massa,
Sem substância,
Tão ausentes.
Quantos passados apagados,
Presentes perdidos
E futuros roubados.
Quantos nadas
Preenchidos com drogas
E pais tão inúteis quanto seus dias.
Dias tão fúteis quanto a alegria
De seus "baques",
De seus "becks"
E dos seus "cracks"

Quantos jovens mortos eu vejo...


Escrevi isso em dia de esclerose juvenil, num desses dias de janeiro...

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Friday, January 14, 2005

Cores e Dores (trilogia completa)

"Artists can color the sky red because they know it's blue. Those of us who aren't artists must color things the way they really are or people might think we're stupid." - Jules Feiffer

(Artistas podem colorir o céu de vermelho porque eles sabem que é azul. Nós, que não somos artistas, devemos colorir as coisas do jeito que elas realmente são, ou as pessoas podem pensar que somos estúpidos.)

Azul

Ela segura a ave que ele tão gentilmente colocara em suas mãos.
Ela sente suas penas macias e brancas, a respiração frágil, enquanto olhos assustados movem-se velozes.
Ela acaricia a ave tão pequena e sorri, sentindo um certo poder.
Ele a fita ansioso.
-Espero que a aceite e cuide bem dela. É um presente.
O ar está parado, quente. Um silêncio quebrado por pequenas pulsações irregulares.
Um coração acelerado.
Ela sente a pressão entre seus dedos. Olha para ele e além, mas não enxerga o que procura.
-Onde está?
A pressão aumenta. Ele fecha os olhos e uma lágrima nasce.
-Onde está??
Ele não consegue mais segurar e a lágrima se transforma em pranto.
Irritada, ela olha para o lado. A pressão quase insuportável em sua mão. Sente dor, mas não liga.
Ele continua a chorar. Soluça.
Os sons misturam-se na sala vermelha. Uma sinfonia de soluços e ossos partindo.
Ele cai de joelhos aos pés dela.
-Amor...
Gotas caem em sua testa suada, e escorrem, misturando-se às lágrimas.
Ele enxuga o rosto. Suas mãos agora vermelhas...
Ele percebe o erro.
Ela devolve a ave.
Segurando a massa sangrenta e sem vida, ele a vê abrir a porta.
- Aqui, amor, estava bem aqui...
Mas ela não ouviu.
12/01/05


Vermelho

Ela fechou a porta. Deu alguns passos.
Pareceu ter ouvido algo, mas não parou.
Olhou para suas mãos, vermelhas e doloridas, pensativa...
Um grito. Ela olhou para trás.
Algo aconteceu na sala vermelha.
Pensou em voltar... Virou o corpo, mas mudou de idéia...
Afinal, é passado... Tudo se tornara passado.
Não havia nada que ela pudesse fazer.
Foi em direção ao banheiro branco.
A pia e o espelho a esperavam.
Os pedaços de penas grudados no sangue seco a incomodaram.
Um cheiro de carne cru e sangue animal encheu o lugar.
A água era corrente e limpa. Mas não removeu a sujeira.
Ela esfregou com mais força usando o sabonete azul.
A espuma se formou, abundante, mas ainda assim não foi suficiente.
Ela sentiu-se absurdamente impura. Não apenas suas mãos, seus braços também.
Olhou no espelho.
Foi assustador o que viu.
Correu para o chuveiro.
A água caía abundante, mas quente demais..
Ela não conseguiu se limpar.
O banheiro então enfumaçado, parecia uma prisão.
Olhou para os pés. Pareciam garras.
Suas mãos... Contorcidas.
O espelho.
O grito.
E ela arrancou os próprios olhos.
13/01/05


<>Verde

Ele pensará no que aconteceu até tarde.
Não conseguirá dormir. Não, não...
-Ahhhhhhh!
Vergonha por ter gritado...
Vergonha por ter chorado...
Passará... Passará.
Momentos de silêncios vazios...
Momentos de pensamentos incertos...
Momentos interrompidos por ela.
Ela gritou! Sim, com certeza! Gritou...
Mas já era esperado...
E ele fará nada, pois o que está escrito está e o será.
Ouvirá novamente aquele grito, vez ou outra...
Em pesadelos, talvez.
Mas a imagem desbotará.
Os sons cessarão.
E ela irá aceitar... Um dia.
Ela vai olhar e vai enxergar...
Mas isso é futuro.
Daqui a pouco, no quarto verde ele irá dormir.
Não sem antes lembrar da ave morta no chão.
Triste, outra lágrima provavelmente cairá.
Até que um dia, sim, um dia...
Até que um dia ele se lembre de esquecer...
Ela, então, reabrirá a porta.
E mesmo no escuro poderá enxergar.
Pois o amor em suas mãos a guiará.

"Love is a bird, she needs to fly"
Frozen - Madonna

(O amor é uma ave, precisa voar)
14/01/05

Espero que vocês tenham gostado de ler essa trilogia, da mesma forma que me diverti escrevendo. Espero também, que todos tenham encontrado seu significado oculto e subjetivo.

Wednesday, January 12, 2005

Hades

HADES

Ali jaz
Seu ego exposto,
Fragilmente aberto,
Mortalmente incerto,
Um rei deposto.

Não satisfaz
A palavra... não mais
Não existe significado
De explicar, capaz,
Nem de responder...
Jamais.

Eu consegui ouvir
E foi lindo!
Mesmo que o fim
Exista,
Foi lindo!
Mesmo que o sim
Não resista,
Eu consegui ouvir
Eu repito:
Foi lindo
Ver você sentir...

Quando a respiração
Parou,
O pensamento voou...
Revelação.

No calor dos minutos
Eu queimei a sua
Espera...
Fútil e inútil,
Como eu pude ser?
Como eu pude ser
A horrível megera?

Ali jaz
Seu ego,
Sua dor...
Minha falta
Ingrata de amor
E de paz.

19/05/03


Thursday, January 06, 2005

Réquiem De Nós Dois

"Réquiem De Nós Dois"

Seu olhar no meu,
Perdido.
Dedos entrelaçados
Que não seguram...
Escorre entre eles
O que se perdeu,
Lentamente,
De nós.

Sua boca na minha,
Seca.
Línguas entrelaçadas
Que não beijam...
Escorre entre elas
O fel que restou,
Tristemente,
De nós.

Seus pés e os meus,
Distantes.
Destinos cortados
Que não se encontram...
Ficou entre eles
O orgulho que cresceu,
Imponente,
De nós.

Meu pesar e o seu,
Castigo.
Corações magoados
Que não se curam...
Ficou entre eles
O amor que morreu,
Indigente,
Em nós.
(Dia 06 de madrugada, lá pelas 3:30h)

Wednesday, January 05, 2005

Dos Top 10

TOP 10 - Coisas Deliciosamente Boas de 2004
1) Começar um emprego novo que eu adoro
2) Começar a namorar a mesma pessoa pela terceira vez (Brave Heart, luv ya!)
3) Estar mais próxima dos amigos
4) Fazer o Immortal Pain
5) Minha inspiração poética voltar
6) Parar de fazer certas coisas prejudiciais à saúde
7) Descobrir uma série nova que arrasa! The 4400
8) Estar mais organizada (pasmem!)
9) Assistir Resident Evil com Michelle Rodriguez e Mila Jovovicch comentando e falando m*rda!
10) Orkut

TOP 10 - Coisas Amargamente Ruins de 2004
1) Perder meu celular
2) Bush reeleito
3) Tsunami
4) Descobrir que um super amigo vai pra longe (Doug, vou sentir saudade)
5) Perceber que um amigo vai "bater as botas" logo
6) Descobrir que algumas amizades mais que virtuais não são eternas
7) "Friends" acabar...
8) Assistir "A Vila"
9) Meu Superman favorito de todos os tempos morrer: Christopher Reeve
10) Não tem!

TOP 10 - Coisas Pra Fazer Antes De Morrer (reprise)
1) Passar um mês com Brave Heart numa ilha deserta.
2) Viajar pra Nova Zelândia e pisar o chão em que Xena e Senhor dos Anéis foram filmados.
3) Participar de uma festa VIP decadente em Hollywood, onde passaria uma noite animal junto com Tom Cruise e Angelina Jolie (entre outros)
4) Fazer figuração em um filme de terror, morrendo de forma espetacular, esguichando sangue pra tudo quanto é lado
5) Conversar com meu pai e perguntar por que cargas d'água ele nunca veio me visitar depois de ter separado de mami. (isso aconteceu quando eu tinha 1 ano)
6) Ser finalmente vista por alguma nave naqueles momentos em que acho que tem um ovni no céu e eu abano os braços dizendo: "Ow!!! Tô aqui! Venham me buscar!" e então...ser abduzida!!
7) Cancelado! Já descobri o que é W.O: Significa Walk Out - Ganhamos/ perdemos de WO. O time desistiu (walked out) por vários motivos (ter chegado atrasado, não ter o número de jogadores mínimo... etc)
8) Conversar com Michael Jackson e perguntar: "Jacko... Why??????"
9) Escrever a poesia perfeita
10) Conhecer um lugar mais louco do que "Studio 54".

Monday, January 03, 2005

Silêncio

Silêncio

Ele sangrou quando viu seu rosto,
sua boca dura,
seu olhar frio...
O sorriso inexistente.
Quando a perdera?
Quando o futuro se tornou tão passado?
Ele gritou quando a viu sair porta afora.
Ela disse adeus.
Ele a seguiu com os olhos.
(lágrimas)
-Não vá!!
(silêncio)
-Amor, não...
(silêncio)
Um último olhar
...e a porta se fechou.
Os dias passam...
Noites vazias.
Copos cheios.
Os dias se arrastam...
Peso. Dor.
Silêncio.
Idéias.
Lágrimas.
Ausência.
Idéias...
Silêncio.
(um click)
Ausência.
Lágrimas. Dor.
(disparo)
Silêncio.

Saturday, January 01, 2005

Definição

DEFINIÇÃO
Não é platônico...
Essa não é a definição,
Não é essa a intenção.
É talvez anônimo,
Quem sabe mera paixão.
Quem sabe é mais
E mais sem razão.
Algo simples ou não,
Um tolo querer.
Um incauto prazer
Que não é casto,
Apenas gasto,
Cansado de se esconder,
Ou algo inexato
Que de tímido
Ganha recato
E contato mínimo.

Não é ideal
De imaginário,
Que vive só na idéia.
É muito real,
Sem cenário,
Sem panacéia.

Não é de tudo
O que se aspira
A síntese.
É algo ainda bruto
Que inspira
O clímace.

É como um passo
Louco,
No escuro,
No alheio,
Solto,
Sem esteio.

É a necessidade
De lábios
Num toque
É a lenta agonia
De um adágio.
É um choque.
Uma paralisia.
Uma triste,
Delicada
E complicada Alegria.

Mas palavras assim
Diminuem o sentir.
Não há o que definir,
Apenas ansiar, sim
Pela reciprocidade.
Ou se contentar
Com a amizade
Assim equivocada
E de ego ferido,
Ou ocultar
Essa vontade
Esse sentimento
Tão covarde
E não definido

Tuesday, December 28, 2004

Coca Cola

COCA COLA

Ricos têm coca,
têm escola.
Pobres têm cola,
têm esmola.
E todos bebem,
todos querem:
Coca Cola.

Coca
pra beber,
pra cheirar.
Cola,
pra cheirar,
pra colar.
Coca e cola,
pra morrer,
viajar.

Ursos polares,
uniformes da PM,
ônibus escolares,
raiva, TPM.
Fuga, prisão,
Sonho, ilusão.
Drogas, escoras,
castigos em vão.
Um slogan que cola.
Um vício de agora,
vício de sempre:
"Sempre Coca Cola!"

2005 vem aí. Uma página em branco. Você pode escrever o que quiser nela. Uma poesia, uma crônica, um conto, uma fábula... Uma história de terror e sangue.
Uma biografia. Um epitáfio... Um novo começo. Um fim inesperado. Algo passageiro, imortal, doloroso ou inventado. Algo seu, algo inédito, patético... Uma personagem pra encantar, pra enojar... Uma peça de teatro com máscaras, roupas ou então nudez. Um espetáculo sem falas ou atos. Um monólogo egocêntrico... Faça um blog! 2005... Faça valer o seu talento, Faça renascer um novo tempo, uma nova ordem, uma nova esperança... E se não conseguir, paciência... pelo menos você tentou... Relaxe, olhe pro infinito e abra uma Coca Cola...

Friday, December 24, 2004

Immortal

Pode o amor ser imortal,
assim como a energia
que uma vez criada,
apenas se transforma,
irradia?

Todos que amei,
ainda amo,
de alguma forma,
mesmo que assim amorfa,
assim distante,
assim ausente
da minha emoção?
Será... ou não?
Aquele que já "amei"tanto,
Por quem sorri,
por quem morri
um pouco, no entanto,
sofri... e portanto,
esqueci,
aquele que não mais emociona,
não mais.
Não forma ondas,
nem espirais,
nem suspiros.
Aquele que... jaz.

Por ele, eles, elas...
Será que ainda existe
"amor"?
Existe ainda um certo calor
ou encanto,
uma brasa que arda
em algum recanto
em mim escondido?

Se assim for,
que bom...
Que assim seja.
Que o amor em mim transformado
seja irradiado, liberto
e atinja e aqueça e energize
a alma de quem jamais amou
e a de quem nunca foi amado.